Muita gente já deve ter ouvido sobre a síndrome de burnout e até sentido na pele seus efeitos. Sabe aquele cansaço excessivo e estresse prolongado no trabalho? Eles podem ser muito mais do que isso.
A síndrome de Burnout também é conhecida como a Síndrome do Esgotamento Profissional.
A primeira vez que o distúrbio foi mencionado na literatura, foi em meados de 1974 pelo psicólogo norte-americano Freudenberger. O transtorno pode ser facilmente encontrada na CID-10 (Classificação Estatística e Internacional de Doença e Problemas Relacionados à Saúde), no grupo 5.
A doença atinge pessoas cujo a vida profissional e pessoal é muito exigida; aquele que levam jornadas duplas podem acabar sendo um grupo fácil para sofrer do distúrbio.
Podem ser os sintomas dessa síndrome do esgotamento profissional, que, segundo pesquisas realizadas pela Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), atinge 30% dos profissionais brasileiros.
O que é síndrome de burnout?
Síndrome de burnout é um desgaste que prejudica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, levando a um esgotamento profissional. O termo foi criado pelo psicanalista americano Herbert Freudenberger, em 1974, para descrever o problema que ele mesmo enfrentava junto com seus colegas.
Quais as profissões mais afetadas pela síndrome de Burnout?
É muito comum que os workaholics (pessoas viciadas em trabalho) sofram desse distúrbio. Confira agora quais são as profissões que são mais acometidas pelo burnout:
Profissionais da saúde em geral, principalmente médicos e enfermeiros;
Jornalistas;
Advogados;
Professores;
Psicólogos;
Bombeiros;
Carcereiros;
Oficiais de Justiça;
Assistentes sociais;
Executivos.
Esses profissionais acabam se esforçando muito com o trabalho e muitas vezes se esquecem dos momentos de descontração. É como que a mente dessas pessoas estivesse alerta o tempo todo, fazendo com que se sintam exaustas.
Por muitas vezes o Burnout também está ligado ao fato das pessoas trabalharem em empregos que exigem muito delas, isso faz com que se tornem pessoas exageradamente perfeccionistas. A cobrança exacerbada de si mesmo acaba impactando de forma negativa na vida pessoal e profissional.
Vale a pena ressaltar que a maioria das mulheres acabam sendo afetadas porque em muitos casos as mulheres acabam levando uma jornada dupla de trabalho: no emprego e nas demais tarefas de casa – as responsabilidades de mãe, esposa, estudante, etc.
Estudos apontaram que no ano de 2015, cerca de 46% da população dos Estados Unidos foram acometidas pelo distúrbio de Burnout.
O que causa o distúrbio de Burnout?
A origem da palavra Burnout é norte-americana e significa “chamuscado”; mas você poderia perguntar: “e o que causa o distúrbio de burnout nas pessoas?” – E a resposta é que o distúrbio se manifesta quando a ligação que se tem pelo trabalho acaba se transformando em estresse e nervosismo intensos.
A pessoa acaba sendo levada ao extremo, seja físico ou emocional, sentindo-se extremamente cansada, desmotivada e esgotada.
Não é difícil encontrar pessoas que junto com o distúrbio de burnout sofrem também de depressão, do uso excessivo de medicamentos e insônia. Porém tudo isso pode ser contornado ou amenizado com tratamento.
É importante ressaltar que a doença não está somente relacionada com o ambiente de trabalho, muitas vezes as tarefas da faculdade ou até mesmo as tarefas de casa podem ocasionar o problema.
O fato é que o burnout está relacionado com o excessivo esforço físico, mental ou emocional, seguidos de poucos momentos de descanso ou descontração. Tudo que ocupa muito o seu tempo e acaba sugando toda a sua energia pode ser motivo para que o Burnout apareça.
Além disso, outro estudo mostrou que as pessoas que são muito empáticas, acabam sendo mais suscetíveis para desenvolver a síndrome de burnout.
Isso tende a ocorrer pelo fato de que elas absorvem toda a carga emocional de terceiros para si, o que é uma prática ruim. A dor do outro acaba fazendo com que você se preocupe e sobrecarregue o seu emocional.
Segundo a psiquiatra Licia Oliveira, uma professora da Medcel – Cursos Preparatórios Para Residência Médica, diz: “A doença ocorre em um conjunto de personalidade (genética) e condições ambientais (fatores externos). Obviamente uma pessoa com personalidade mais rígida, que não tolera frustrações, está mais propensa a desenvolver o Burnout”.
Também alguns fatores que acabam influenciando no desenvolvimento da síndrome de burnout, são os problemas com o chefe, problemas no trabalho, com os familiares, problemas de relacionamento, etc.
Tudo isso ajuda a criar um desequilíbrio interno, o que impacta de forma negativa na forma com que suas energias são utilizadas.
Muitas pessoas que estudam para concursos públicos ou até mesmo para grandes vestibulares (FUVEST, UNICAMP, ITA, IME, etc.), acabam se cobrando muito e passam muito tempo estudando, podendo chegar a mais de 14h estudando dentro do quarto fechado sem que haja tempo de descanso ou repouso apropriado; isso pode fazer com que a síndrome de burnout se manifeste.
Segundo dados do ISMA Brasil (International Stress Management Association), 70% dos brasileiros acabam tendo problemas com estresse, dos quais 30% podem desenvolver o burnout.Ao realizar uma pesquisa em nove países, a ISMA-Brasil concluiu que o Brasil ocupa o 2º lugar em nível de estresse, perdendo apenas para o Japão.
Sintomas da síndrome de Burnout
Os sintomas mais comuns da síndrome de burnout:
Dores musculares e de cabeça;
Irritabilidade;
Alterações de humor;
Falhas de memória;
Dificuldade de concentração;
Falta de apetite;
Agressividade;
Isolamento – nos estágios iniciais parece que o indivíduo evita o contato com as demais pessoas; porém em estágios mais avançados pode-se desenvolver irritabilidade no contato com outra pessoa.
Pessimismo e baixa autoestima;
Sentimento de apatia e desesperança – este é um dos sintomas que mais leva aos diagnósticos errados da doença;
Irritabilidade exagerada – a irritabilidade acaba surgindo devido ao sentimento de pessimismo e baixa autoestima, achando que aquilo que se faz não é bom o suficiente.
Perda de prazer – inicia-se como algo simples, mas gradativamente torna-se evidente – como a perda de prazer por comidas ou atividades que antes se gostava de praticar, momentos com a família, etc.
Maior suscetibilidade à doenças: como a síndrome de burnout mexe com o físico e também com o psicológico, isso acaba baixando a imunidade da pessoa, tornando-a mais suscetível ao aparecimento de doenças oportunistas.
Vale a pena ressaltar que em determinados casos de distúrbios podem ocasionar problemas físicos e até mesmo biológicos como é o caso da hipertensão, dores musculares, fadigas excessivas, além de gastrite.
Como identificar?
A Síndrome de Burnout pode ser facilmente confundida, isso porque os seus sintomas podem ser facilmente relacionados com outras patologias mentais, por isso é necessário prestar atenção em muitos detalhes.
Saber identificar uma pessoa que tenha a síndrome é importante tanto para poder ajudá-la quanto para tornar o convívio o melhor possível.
O melhor a fazer é procurar uma consulta com o Psicólogo, que te ajudará a identificar se você tem ou não tal condição.
Como prevenir o Burnout?
Existem meios de prevenir e de tratar o Burnout. A prevenção se dá através de formas simples e práticas que podem ser utilizadas em determinados momentos da sua vida; e mais do que isso, a prevenção não exige tanto assim de você.
Prática de exercícios físicos
Parte dessa condição acaba causando problemas físicos, isso sem mencionar as tensões musculares que muitas vezes impedem de se locomover.
Os exercícios não só ajudam a liberar toda a tensão dos músculos como também criar uma rotina saudável. Além disso, pode-se encarar a atividade física como um momento de relaxamento e de cuidado de si mesmo.
Alimentação adequada
A alimentação correta e balanceada permitirá a ingestão de nutrientes e vitaminas adequados para o seu dia a dia. Eles te ajudarão a repor as energias e deste modo você acaba se sentindo mais preparado para sua rotina.
Momentos de Lazer
Ter momentos de lazer e relaxamento são fundamentais para descansar a mente e o corpo e interagir com as pessoas à sua volta, uma vez que a síndrome de burnout é ocasionada por falta de momentos de descontração.
Menos cobranças
Parte do motivo que te leva a sofrer com a síndrome de burnout é uma cobrança extremamente excessiva, procure então não se cobrar tanto e entender que as pessoas podem sim cometer erros, isso é normal. Errar é algo totalmente humano e aceitável, procure melhorar nas próximas vezes e continuar dando o seu melhor.
Reorganização
Talvez uma atitude simples de reorganizar os seus dias e as suas tarefas no trabalho possam te ajudar no momento de pegar mais leve com o emprego e então manter a calma, evitando assim que você venha a se sobrecarregar.
Meditação ou Yoga
Ambos ajudam a controlar seu nível de estresse, bem como reaprender a respirar, isso significa ter o controle dos seus estados emocionais de volta e não aderir às exigências externas e internas de imediato.
Como diferenciar Burnout, Depressão e Estresse?
A síndrome de burnout é bem parecida com a depressão, isso porque ela apresenta sintomas similares.
O estresse é ocasionado com uma resposta física e psicológica a tudo o que a pessoa sente, tal como cobranças e afins. O estresse ocorre quando uma pessoa está sobrecarregada, mas isso não significa que ela apresentará o distúrbio de burnout.
Pense em um atleta antes da competição, ele está sob estresse, ou seja, seu corpo, mente e emoções estão focados em produzir os melhores resultados; mas após a competição ele tenderá a descontrair, relaxar e voltar a seu ritmo normal.
Já o burnout você acaba se sentindo muito estressado e sobrecarregado por muito tempo, mesmo quando não seria necessário estar tão ligado e ativo. Estes fatores tendem a ocorrer por causa do trabalho, gerando sentimentos de culpa e cansaço.
Nesse sentido ele se diferencia da depressão já que a infelicidade e sentimentos de culpa são relacionados à vida como um todo e não apenas a uma pequena parte dela como o trabalho.
Como lidar com pessoas que sofrem com a Síndrome de Burnout?
Um dos primeiros passos a se tomar é evitar falar sobre assuntos de trabalho. Como a pessoa já está sobrecarregada com isso, deve-se perguntar como anda o emprego ou coisas desse tipo.
Além disso, procure conversar sobre assuntos leves e descontraídos, isso ajuda o indivíduo a manter o foco distante de todos os assuntos e chateações que a leva a se sentir frustrada ou estressada.
Você também pode optar por passeios leves e descontraídos, uma ida ao shopping, um momento no parque, um filme de comédia. Em muitos casos um animal de estimação pode ser uma opção bastante interessante, já que ajuda a pessoa a se distrair de assuntos estressantes.
Como tratar a Síndrome de Burnout?
Cuidados médicos neste momento são bem vindos. Um acompanhamento adequado para identificar em que nível sua síndrome se encontra e então poder escolher formas que te auxiliam no combate ao estresse.
Normalmente o psiquiatra irá passar atividades que possam ajudar a distrair o paciente tornando-o mais calmo e aliviando todo o estresse e tensão que sente. Não é incomum encontrar médicos que usam tratamentos baseados em remédios forte e controlados.
Trocar ideias e experiências com outras pessoas pode auxiliar o processo de tratamento da síndrome. Os medicamentos que devem ser indicados pelo médico, podem ser usados para ajudar a aliviar os sintomas.
É fácil saber se o tratamento realizado está produzindo o efeito desejado, será possível notar uma melhora no rendimento do trabalho e além disso: haverá um ganho significativo de segurança e tranquilidade.
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